segunda-feira, 6 de setembro de 2010

Minha gula por Gullar


Sinto fome.

Sopa de letrinhas não satisfaz a fome insaciável por palavras.

Busco os livros.

Às vezes me pergunto se todas as pessoas sentem essa fome... acho que alguns se acostumaram tanto com ela que já não a sentem. Outros se privam de senti-la, caminham magros, desnutridos, indiferentes aos sabores da vida... não sabem que olhos degustam...

Quem tem fome de palavras também tem fome de tudo o que as palavras não escrevem...

Sou gulosa. Gula por palavras não é pecado, é capital. Não compartilhar o é, por isso não poderia deixar de postar aqui alguns escritos de Ferreira Gullar, poeta que consegue, com palavras, despertar o que as palavras não escrevem.

O conheci num desses dias de sofreguidão, procurando nas prateleiras da Biblioteca Municipal algo para comer. Encontrei Toda Poesia, comi, me lambuzei e me apaixonei!

Eu, que pensei que amenizaria minha fome, senti mais fome. Quando a refeição é agradável ao paladar queremos repetir.
Sempre me cabem mais palavras, pois palavras não vão para lugares apertados, limitados como o estômago.

Desejo a vocês: fome, após a leitura, mais fome. Saboreiem, se lambuzem e se apaixonem!

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